FRANCISCO DE QUEIROZ PORTO era natural do Ereré, município de Pereiro (Ceará), nascido em 14 de fevereiro de 1909, filho de Antonio Florentino de Queiroz e de Maria Porto de Queiroz.
Passou a residir na cidade de Mossoró, no RN, em julho de 1921 para estudar, residindo na casa do tio Manoel Martins Porto, que ficava ao lado da igreja de São Vicente, chegando muitas vezes a comentar que carregou tijolos na construção da igreja.
Com ajuda do seu tio ingressou em 1925 na S/A Mercantil Tertuliano Fernandes, empresa que comprava e beneficiava o algodão. Na empresa foi contínuo, balconista, viajante comercial, chefe de seção de compras, supervisor das agências do interior e Gerente Comercial, função na qual se aposentou com mais de 40 (quarenta) anos de trabalho diário.
Casou-se pela primeira vez com Maria Alice Maia Porto de cujo matrimônio não nasceram filhos. Em segunda núpcias casou-se com Maria do Carmo Fernandes Porto, deixando três filhos: Carmen Fernandes Porto Jales, Francisco de Queiroz Porto Filho e Marcos Fernandes Porto.
Era um incansável defensor da escolaridade do progresso educacional das pessoas, é tanto que ajudou na formação de sobrinhos e filhos de amigos. Ouvimos sempre relatos sobre seus grandiosos feitos nas áreas da saúde, educação e principalmente sobre sua grande generosidade para com as classes menos favorecidas.
Em Mossoró foi combatente do bando de Lampião, ficando na Trincheira da firma S/A Mercantil Tertuliano Fernandes, também foi sócio fundador do Rotary Clube de Mossoró. No dia 15 de junho de 1954 comprou um terreno com 77 braças de frente, por 507 de fundos, o qual perfazia uma área de quase 400 mil metros denominando-o de sítio Nova Betânia. No dia 05 de novembro de 1964 resolveu fazer deste sítio um loteamento com 390 lotes, já pensando no futuro da cidade, pois o mesmo tinha visão futurista, sendo hoje assim o bairro Nova Betânia.
Foi proprietário rural e com seu jeito carismático foi prefeito por duas vezes na cidade de Taboleiro Grande-RN. Elegeu-se a primeira vez no pleito de 24 de janeiro de 1965, sendo senhor companheiro de chapa o senhor Francisco Alves de Souza, tomando posse em 31 de janeiro daquele mesmo ano. Eleito a segunda vez nas eleições de 15 de novembro de 1976, tendo Maria Pinheiro de Paiva, como sua vice-prefeita. Empossado em 31 de janeiro de 1977 e administrando até 31 de janeiro de 1983. Fazendo sempre caridade, ajudava a todos, especialmente aqueles que chegavam doentes em busca de melhoras para a saúde.
Nos seus 78 anos de vida foi sempre ligado ao Ereré, sua pequenina terra dos sertões cearense. Sempre em contato com seu tio Cleodato Porto, que era líder político da localidade, lutaram pelo seu engrandecimento. Em 1950 como intermediário do seu tio, conseguiu que fosse construída a Escola Pública Fernandes Távora, sendo na época governador do Estado do Ceará o Sr. Virgílio Távora e como senador o seu pai Sr. Manoel do Nascimento Fernandes Távora. Conseguindo também a Agência de Correios e Telégrafos.
Como escreveram seus amigos o historiador Raimundo Nonato que com eloquência escreveu sobre a sua vida deu o título de “A despedida de Chico Porto” – Tombou o Jequitibá do Ereré. E assim também o articulista Rafael Negreiros a seu respeito frisou: “Homem simples, sem vaidade de espécie alguma, aliou trabalho e uma tenacidade invulgar em tudo quanto aspirou na vida”. Seguiu quase a risco o conselho de Chateaubriand: “Temos a eternidade para dormir e a vida para trabalhar dia e noite”. “Dele não fica apenas a lembrança de quem nunca fez mal a ninguém na vida, fica também uma legenda, um símbolo de cidadão, de um homem que trabalhou até o cansaço extremo, uma espécie de desbravador do tempo, trabalho pelo prazer do trabalho”.
Após uma enfermidade rápida, morreu no dia 19 de março de 1987, por coincidência, dia de São José, nos deixando um exemplo de paciência e abnegação ao trabalho.
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